"Alguns dizem que os animais não tem alma e são incapazes de ter emoções. Essas pessoas estão terrivelmente erradas.
Animais são totalmente capazes de amar pessoas que são boas para eles, e podem mostrar esse amor de maneiras inesperadas e às vezes impossíveis, mesmo já não estando mais entre nós!"
O Relato a seguir é uma prova que isso é verdade!
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Esse relato que vou contar, aconteceu realmente, e nunca vou me esquecer disso.
Eu amo gatos. Meu filho sempre me falou que gatos, de algum jeito, sabem quando vão lhes ajudar quando estão doentes ou machucados. E de um certo modo, talvez ele
esteja certo.
Gatos de rua aparecem na minha varanda, parecendo saber que eu vou
alimentá-los e limpá-los antes de mandarem eles embora.
Eu sempre tenho um pouco
a mais de spray anti-pulgas, remédio para verme ou alguma pomada antibiótica
para quaisquer necessidade médica que os meus amiguinhos peludos possam ter.
E
as vezes aparece algum gato que fique um tempo conosco antes de ir embora.
Essa
história é sobre um desses amiguinhos.
Ele veio da rua para as nossas vidas, e ficou tempo
o suficiente para mudar totalmente o nosso modo de pensar.
Meu filho e eu vivíamos em um péssimo apartamento por cerca de 2 anos.
O prédio
ficava na periferia de uma cidade rural e bem próximo à algumas fazendas.
Pessoas
de uma cidade grande vizinha geralmente abandonavam animais que não queriam mais
na nossa cidade, e as fazendas tinham vários gatos nos celeiros e também cachorros.
O nosso síndico (que era o dono do
apartamento em que morávamos) odiava animais.
Não era permitido ter animais no
prédio, e ele era suspeito no desaparecimento de vários animais da vizinhança.
Eu o ouvi uma certa vez se gabando de ter enxotado a tiros alguns gatos de rua e
de soltar o cachorro de uma vizinha.
Então sempre que um gato aparecia na nossa
varanda, eu o alimentava e tratava dos seus ferimentos, mas não deixava eles
entrarem por causa do síndico.
Depois de cerca de um ano morando lá, um gato todo preto começou a visitar o meu
apartamento.
Ele só vinha de noite, como se soubesse que assim não seria visto.
O meu filho falou que já tinha visto o gato em uma velha casa a cerca de meio
quilômetro de onde morávamos.
Nós achamos que devia ser mais um gato abandonado por donos
irresponsáveis, então o alimentamos e ocasionalmente limpávamos ferimentos de
brigas e tirávamos carrapatos da pele dele.
Aquele gato ficava ronronando e se
esfregando nas nossas pernas para que nós fizéssemos carinho nele. Ele era uma
animal adorável.
Normalmente nós não nos apegávamos muito aos gatos, com medo de que o síndico
machucasse eles ou que nós fôssemos despejados.
Mas nós abrimos uma exceção para
esse gato. Ele era especial.
Meu filho comprou para ele uma coleira rosa choque
de nylon com um sino.
Com uma caneta azul para tecido ele escreveu "Gato" na
coleira e colocou no gato preto.
Ele estava maravilhoso com a sua coleira nova,
e o nosso relacionamento com ele estava maravilhoso.
Nós tínhamos um gato para
acariciar e ele tinha comida todas as noites, e ainda era livre para ser um gato
e ir para onde ele quisesse.
E o síndico não tinha nem idéia de sua existência.
Nós decidimos que "Gato" era um bom nome para ele, pois acreditávamos que "ele" não iria querer algo mais "chique".
Somente "Gato" já estava bom demais.
Gato continuou com a sua visita
noturna por meses.Sempre que ficava escuro, ele começava arranhar a porta da
varanda e a miar até
que nós abríssemos a porta para ele entrar e ser
acariciado. Se nós ficássemos fora de casa até tarde, ele esperaria na varanda
até chegarmos, comia a sua comida, aproveitava alguns carinhos e seguia o seu
caminho.
Alguns meses mais tarde, eu decidi voltar para a faculdade e nós tivemos que nos
mudar do apartamento para morar com alguns parentes para cortar despesas.
Meu
filho não queria deixar Gato e me implorou para levarmos ele.
Eu tive que ser
firme com ele e dizer que não poderíamos levar um gato para a casa dos outros.
Mas toda noite quando Gato visitava, eu podia sentir que eu fraquejava.
Então uma noite Gato não apareceu.
Nós esperamos por ele por um tempo, então
fomos para a cama. Ele não veio na noite seguinte e nem na outra.
No dia seguinte nós começamos a colocar todas as nossas coisas em um caminhão de
mudanças alugado.
Nós nos mudaríamos no dia seguinte de manhã bem cedo.
Meu
filho e eu estávamos cozinhando o jantar pela última vez no apartamento.
O fogão
nunca tinha funcionado direito, e eu tinha que acender ele com um fósforo.
Nós
estávamos falando de como ia ser bom morar em um lugar onde o fogão funcionasse
direito.
Eu coloquei a pizza no forno e então sentamos na mesa da cozinha e
começamos a jogar baralho esperando a pizza ficar pronta.
A mesa, as duas
cadeiras, os pratos de papel e os talheres de plástico eram tudo o que tinha
sobrado no apartamento.
O resto já estava todo no caminhão.
Nós tínhamos
planejado comer, dormir no chão da sala em sacos de dormir e depois ir no dia
seguinte.
Um pouco depois que estávamos sentados na mesa, eu ouço o som familiar da porta
da varanda sendo arranhada.
"Gato!!!" o meu filho e eu pulamos das cadeiras e
fomos para a sala para abrir a porta e saudar o nosso amiguinho peludo.
Nós
ficamos lá fora na varanda brincando com ele.
"Nós estávamos preocupados com
você!" o meu filho falou, enquanto gato esfregava a sua cabeça no rosto dele.
Nós estávamos lá fora coçando as orelhas dele quando veio um grande clarão de
dentro de casa junto com um estrondo.
O fogão da cozinha tinha explodido!
Os bombeiros vieram e apagaram o fogo e a companhia de gás veio e fechou o
encanamento.
Vendo o velho fogão, o bombeiro falou que aquilo era um acidente
esperando para acontecer.
Nós tínhamos sorte por estarmos vivos. A mesa e as
cadeiras da cozinha estavam totalmente queimadas.
Se nó estivéssemos lá jogando
baralho nós estaríamos com queimaduras graves, isso se não tivéssemos morrido na
hora.
Enquanto os bombeiros estavam em casa, o meu filho estava em choque segurando
Gato e coçando as suas orelhas.
Se Gato não tivesse ali, meu filho ia estar
marcado para o resto da vida com cicatrizes que pegariam o seu corpo todo, ou
coisa pior.
Eu me decidi ali mesmo. Nós tínhamos uma velha gaiola para gato de quando nós
tínhamos a nossa casa e animais, eu tinha guardado ele caso a gente precisasse
algum dia. Estava no caminhão. Eu fui até lá e peguei ela.
"Coloque Gato ai dentro, nós vamos levar ele conosco" eu falei, enquanto o meu
filho sorria animado, por não ter de deixar o seu amigo pra trás. O sino da
coleira tocava enquanto o meu filho colocava Gato na gaiola e trancava a
portinha.
O que tinha sobrado na cozinha do apartamento estava em ruínas, e o resto já
estava no caminhão, então decidimos simplesmente ir embora naquela noite.
A
gaiola estava no banco entre meu filho e eu.
Enquanto eu ligava o caminhão, eu
coloquei o dedo dentro da gaiola e comecei a coçar a orelha de Gato. Eu podia
ouvir ele ronronando.
"É Gato, você está vindo com a gente. Você salvou as nossas vidas." eu falei
para ele.
Nós nos despedimos dos vizinhos e fomos para a rua e continuamos até
chegar a uma placa de "pare" que tinha na entrada da estrada.
Então eu vi algo que fez o meu sangue gelar.
No acostamento da estrada tinha um
gato preto atropelado.
Eu falei para o eu filho ficar no caminhão e sai.
O gato
tinha sido atropelado a pelo menos uns dois dias, pois o corpo já estava em
decomposição.
Em volta do pescoço do gato tinha uma coleira rosa choque com um
sino com as letras inconfundíveis do meu filho "Gato" em azul.
Sem dúvida alguma, aquele gato morto, era o nosso "Gato".
Eu estava em choque.
Como Gato podia estar ali morto no lado da estrada, quando
ele estava com a gente, com a coleira rosa e tudo, dentro do caminhão, dentro da
gaiola?
Eu voltei para o caminhão. Eu abri a porta e entrei na cabine e olhei a gaiola.
Gelei, pois olhando a gaiola, elaestava vazia.
Nós realmente acreditamos que Gato voltou para salvar as nossas vidas, e depois
seguiu em frente para o paraíso dos animais.
Espero um dia podermos todos nos encontrar novamente. Tenho certeza disso.
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